Este campeonato é considerado pelos melhores mergulhadores livres (aqueles que mergulham em apnéia, sem respirar) do mundo como o maior evento das Américas. O Campeonato é fechado para convidados do organizador Willian Trubriedge, o neozelandês recordista mundial de profundidade.
Este ano foram convidados 15 dos melhores atletas do mundo, de 10 diferentes nacionalidades, incluindo a brasileira Carolina Schrappe, recordista sul-americana de mergulho livre. Residente das Bahamas, Willian passa o ano treinando, se preparando e organizando este evento.
Foram realizados 9 dias de mergulhos competitivos, entre 17 e 27 de abril, no Dean's Blue Hole, Long Island, Bahamas. Este que é o mais fundo Blue Hole (um "buraco no mar") do mundo, com 206 metros de profundidade. O Evento reuniu grandes feras do mergulho livre mundial e foi o mais forte embate de profundidade já visto.
O Brasil esteve muito bem representado pela atleta paranaense, Carolina Schrappe, atual recordista sul-americana nas modalidades de mergulho livre em profundidade.
Carol treina forte seu físico, mas tem poucas condições de treinar a profundidade, por falta de bons locais no sul do país. Mesmo assim evolui muito bem no torneio, quebrando suas próprias marcas e trazendo novos recordes para o país, o maior deles, na profundidade de -72 (setenta e dois) metros na disciplina de Lastro Constante com Nadadeiras (onde a atleta desceu com seus próprios esforços, batendo pernas para descer e subir).
Hoje, Carol Schrappe é a 8ª mulher a ir mais fundo no mundo e em toda a história do mergulho livre. Um feito histórico para esta curitibana que não é atleta em tempo integral, pois apesar dos bons apoios deste ano ainda não consegue se dedicar em período integral aos treinamentos.
Ela divide muito bem seu tempo entre o trabalho, as viagens, a casa, os filhos (3) e claro os treinos. Esta marca fantástica equivale um prédio de aproximadamente 25 andares! E este percurso foi realizado com apenas o ar dos pulmões sem o auxilio de aparelhos de respiração.
Ela conta com orgulho: "Participar do Vertical Blue foi um sonho, pois os atletas são escolhidos a dedo, o organizador é exigente e está sempre a procura de bons atletas em ascensão. O lugar é fantástico e ideal para treinos e competições, pois é protegido e tem mais de 200 metros de profundidade. Assim se faz um campeonato de qualidade indiscutível. Hoje em todas as Américas só tenho uma atleta a ir mais fundo do que eu, minha amiga pessoal, Mandy-Rae do Canadá com quem treino nas ilhas Caymans. Vai ser uma parada dura, pois estou chegando com certa facilidade, estou motivada para ir fundo, bem mais fundo, e ainda este ano".
"Este ano viajei mais focada, pois não me preocupei com outras coisas de logística pois tive um apoio maior. E mesmo chegando nas Bahamas apenas dois dias antes do evento, me senti pronta para mergulhar e alcançar meus objetivos. Na verdade fui mais além, meu objetivo era alcançar os -70 (setenta) metros, mas como estava muito bem tentei ir mais fundo. Cheguei aos -72 metros e se não tivesse sentido o ouvido durante este mergulho teria tentado mais. Quem sabe chegar aos -80 metros ainda este ano! " Carol fala empolgada com a possibilidade de alcançar novas marcas.
O saldo ao final deste Campeonato foi muito positivo, foram 20 novos recordes nacionais (inclusive dois Brasileiros) e 6 novos recordes mundiais, sem nenhum registro de Black-outs (atletas com problemas na volta a superfície pelo tempo que ficaram sem respirar para ir fundo) ou mesmo qualquer incidente, por isso inclusive, que é considerado o Maior Evento de Mergulho Livre das Américas.
Fonte:360 Graus Multimídia.